China Aid, uma organização cristã que luta pelos direitos humanos
está denunciando a prisão abusiva do pastor Gu Yuese, da Igreja Chongyi,
da cidade de Hangzhou. Trata-se da maior igreja evangélica sancionada
pelo governo na China, com cerca de 10.000 membros.
Bob Fu, fundador e presidente da China Aid, disse ao The Christian Post
que trata-se de uma prisão política, uma vez que o pastor Gu estava
contrariando as ordens do Partido Comunista. Acusado de corrupção pelo
regime totalitarista chinês, na verdade seria uma represália pelo fato
dele se opor a interferência do governo nas igrejas.
Embora tenha sido levado por policiais em janeiro e colocado sob
“vigilância residencial em um local designado”, somente agora está sendo
formalmente acusado. Embora não haja provas, ele deve ser levado a uma
penitenciária em breve. Lideranças da igreja chinesa temem pela vida do
pastor.
Gu Yuese entrou em rota de colisão com os comunistas por ser uma das
vozes mais representativas a se opor à remoção cruz forçada de centenas
de igrejas em várias províncias.
Embora as autoridades chinesas tenham por hábito prender e ameaçar
pastores cristãos das igrejas subterrâneas, Gu é o mais importante
representante da “igreja oficial” – controlada pelo governo – a ser
preso desde a revolução comunista na década de 1960. Ironicamente,
durante muito tempo, o pastor era acusado de ser um “garoto-propaganda”
do governo, para divulgar a falsa liberdade religiosa em solo chinês.
O presidente da China Aid denuncia que está ocorrendo uma grande onda
de detenções de líderes evangélicos chineses nos últimos meses, algo
que não é divulgado pela imprensa. Porém, o fato de ser alguém que
durante muito tempo trabalhava para o governo pode gerar um “efeito
cascata que abalará o ânimo dos líderes evangélicos em toda a nação”,
disse Fu.
Sem comunicação com sua congregação, a última mensagem do pastor
antes de ser preso foi uma carta em que incentiva os cristãos “a serem
fiéis e obedecer a palavra do Senhor, lembrando que a verdadeira fé é
testada pelo fogo”.
Para o presidente da China Aid, a decisão do governo em se voltar
contra o pastor da maior igreja evangélica oficial do país mostra que o
Partido Comunista chinês teme que o crescente número de crentes e sua
influência social “acabe” com o regime.
Fu explica que o governo já admitiu em alguns documentos oficiais que
ele está trabalhando para “conter o crescimento desenfreado do
cristianismo”. Isso incluiria um projeto para fechar todas as igrejas evangélicas do país.
A campanha recente do governo chinês para restringir o cristianismo
começou com centenas de cruzes removidas das igrejas, passou para
templos demolidos e agora é vista no aumento do número de pastores
presos. Nada disso tem detido o crescimento das igrejas evangélicas.
Embora o número exato de cristãos na China seja difícil de calcular,
estudos mostram que a partir de 2011 havia 67 milhões de cristãos dentro
da China.
“É um medo político do Partido Comunista, pois o número de cristãos no país supera em muito os membros do Partido”, acrescentou.
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